Vídeo mostra garota deitando em cova e tomando 2 tiros na cabeça. Ela era procurada

A família de uma jovem de Porto Alegre a reconheceu como vítima de execução registrada em vídeo pelo seus algozes. As imagens, que repercutem em redes sociais, foram mostradas aos parentes de Paola Avaly Corrêa, 18 anos, na manhã desta quarta-feira (16), no Departamento de Homicídios da Polícia Civil. A 2ª Delegacia de Homicídios já investigava o desaparecimento da mulher desde o domingo (13). Assista com cautela . Cenas fortes:


A família a viu pela última vez quando ela informou que sairia de casa, no bairro Bom Jesus, na Zona Leste, para buscar roupas. Naquele mesmo dia, familiares registraram o desaparecimento. Na terça-feira (15), o vídeo começou a circular em redes sociais e chegou até os investigadores, que mostraram para a família e confirmaram que ela foi vítima do crime. O vídeo é gravado em um matagal e mostra uma pessoa com uma arma atirando duas vezes contra Paola. Outra pessoa filma. Antes de ser baleada, a vítima se deita em uma cova, que parece ter sido recentemente aberta pelos criminosos. Ela não reage à ação.



A polícia tenta descobrir, agora, onde ocorreu o crime. O delegado Gabriel Bicca, diretor de investigações do Departamento de Homicídios, diz ainda não ter pistas sobre a cova e que a localização é considerada fundamental para o inquérito. Também no domingo, mas na madrugada, por volta de 4h45min, Paola fez postagem em seu Facebook afirmando que seu ex-marido teria colocado uma foto sua em um grupo de troca de mensagens atribuído a traficantes de uma das maiores facções do Rio Grande do Sul. Na mensagem, ela diz que “apanhava horrores” dele. Bicca garante que a polícia está tratando de delimitar com quem Paola se relacionava. O objetivo é tentar descobrir o motivo do crime. Para ele, o crime ocorreu “no contexto dos grupos criminosos” de Porto Alegre e, com a divulgação do vídeo, o caso deixou de ser um “simples desaparecimento”. A polícia não descarta a possibilidade de as postagens que ela fez terem motivado o crime.

Distanciamento da família


Há cerca de um ano, segundo a família, Paola teria começado a se distanciar e não ouvir mais os conselhos. A jovem conheceu amigos pelas redes sociais, desconhecidos dos familiares. — Ela começou a se envolver com amizades erradas e não queria mais escutar a família. Acabou por conhecer e ter namorados que a família não conhecia. No fim de 2017, já com 18 anos, Paola anunciou que iria embora de casa. A jovem interrompeu os estudos e abandonou o emprego. Disse à família que iria morar com algumas amigas. Foram apenas sete meses entre o dia que Paola deixou a casa da mãe e a notícia do seu desaparecimento. A irmã diz que a família tentou aconselhar a jovem para que retomasse a vida que tinha antes disso, mas não houve tempo para que pudessem convencê-la.



— Fizemos tudo que estava ao nosso alcance para ela não acabar assim, mas a perdemos de uma forma brutal, por motivos banais. Fica um alerta para todas as jovens que se acham espertas, mas são muito ingênuas e são facilmente enganadas pelo falso “amor” e uma vida fácil. Queria tanto contar uma história diferente para essa linda menina que sempre estava sorrindo, mas no fim seu sorriso e sua voz se calaram para sempre — lamenta.