A troca de uma piada feita pelo personagem Chapolin Colorado, pelo Multishow, canal pago que se tornou a segunda casa das séries Chaves e Chapolin no Brasil, tem dividido opiniões e, desse modo, reacendido dois debates caros à área cultural. Um deles é sobre os limites do entretenimento, discussão alimentada especialmente pelos ditames politicamente corretos. Fazer piada com minorias é mesmo engraçado? O outro resvala no departamento de história das universidades: assim como aconteceu na supressão de termos racistas em Monteiro Lobato, em que medida é benéfico para o conhecimento fingir que nossos antepassados não pensavam diferente da gente?
Entenda a questão: em um episódio do Chapolin, o herói mexicano é desprezado por uma personagem, que diz que teria sido melhor “chamar o Batman” do que ele. Na dublagem anterior do trecho, exibida pelo SBT, o desbocado Chapolin não deixava a questão por menos e disparava: “Em primeiro lugar, o Batman não está, porque está em lua de mel com o Robin”. No Multishow, a frase considerada homofóbica e substituída por: “Em primeiro lugar, o Batman não pôde vir porque furou o pneu do batmóvel.”
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