FHC revela que reforma ministerial pode dar "sobrevida" à Dilma

De acordo com o Blog do Kennedy, FHC acredita que as recentes acusações de corrupção fragilizam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
O ex.presidente Fernando Henrique Cardoso concedeu na manhã desta quinta-feira (1) uma entrevista do SBT, em São Paulo. Na conversa ele revelou que reforma ministerial poderá dar um fôlego a mais à presidente Dilma e que a falta de apoio popular não é motivo para tirá-la do poder.

"A impopularidade não é suficiente, que aí você acaba com a regra da eleição. Quais são os riscos que eventualmente podem ocorrer? A crença de que a pedalada fiscal, ou seja, o abuso do uso de dinheiro público sem regras definidas, seja um crime de responsabilidade, é um problema. O outro é se na campanha eleitoral, efetivamente, houve dinheiro escuso. Isso também pode ser pra impeachment, mas pode ser pra tribunal", respondeu.

O sociólogo também foi questionado sobre a influência de Lula no governo. "O ex-presidente Lula é um homem influente no PT. E o PT tinha uma certa influência no Brasil. Eu acho que é uma influência, hoje, decrescente, por causa das críticas constantes ao comportamento do presidente Lula. Mas ele ainda é uma força. Uma das questões que mais me choca na trajetória do presidente Lula, que eu o conheço do tempo em que ele era líder realmente do sindicato, de ir à casa dele lá de pobre em São Bernardo, é que ele foi absorvido pela cultura tradicional brasileira. Então, pra ele, dá-cá-toma-lá não é uma exceção. É a regra. E isso eu acho perigoso?", destacou.

De acordo com o Blog do Kennedy, FHC acredita que as recentes acusações de corrupção fragilizam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na avaliação do tucano, para superar a atual crise econômica, será necessário elevar impostos porque o “déficit público é brutal no Brasil”.

O ex-presidente falou também que “se os partidos entrarem no jogo” na reforma ministerial, talvez Dilma ganhe “sobrevida” e a tese de impeachment possa perder força.

Leia na íntegra o pingue-pongue feito com o ex-presidente:


Lava Jato: “Eu acho que está melhorando muito o Brasil.”

Sérgio Moro: “É um bom juiz. Tomara que tenha outros iguais a ele.”

PMDB:
“Até hoje, é o partido central no jogo. Continua sendo.”

Michel Temer: “O Michel tem a carreira de uma pessoa que tem compostura.”

Eduardo Cunha: “Eu não o conheço. Só falei pessoalmente com ele uma vez. Vejo que ele é um homem que está sob muito tiroteio e que tem uma resistência fora do comum.”

Renan Calheiros: “Foi meu ministro por sete meses. É um homem muito inteligente. Agora, eu acho que às vezes ele abusa.”

PT: ”Como eu já disse, o PT é um partido que representa uma parte do Brasil importante. Abusou do poder.”

Lula: “Deixou-se perder, encantado pelas delícias do poder e pela cultura tradicional brasileira. Acabou aceitando como normal o que ele sempre criticava.”

Dilma: “Pessoalmente, não tenho queixa da Dilma. Agora, eu acho que ela não tem governado com a sabedoria necessária.”

PSDB: “Apesar de tudo, é o que tem aí de melhor.”

Aécio Neves: “Eu gosto do Aécio. O Aécio demonstrou coragem, foi um bom governador e foi um candidato, como você disse aqui, que defendeu com clareza, não a mim, mas as posições do PSDB.”