Viviane de Souza era recepcionista antes virar coletora. Ela brinca que o novo trabalho a fez virar quase uma celebridade.
— Uma vez entramos em uma lanchonete e uma moça veio correndo pedindo para tirar foto como se fossemos famosas. É muito bom ouvir as pessoas falando que a gente trabalha bem.
Já Sinália Ramos era cuidadora de idosos. Ela conta que no início teve dificuldades mas agora pegou o jeito
— A gente não deixa de ser mulher. Estamos sempre de batom e brinco. No início dava um pouco de medo do trânsito mas no terceiro dia é a mesma coisa de andar de bicicleta, você não esquece.
Káren Ribeiro, é a mais nova do grupo: tem 18 anos. A jovem diz que, nos dias de chuva, o trabalho fica mais difícil.
— O mais complicado é na chuva. Você treme de frio e o lixo fica mais pesado porque encharca.
Nem as dificuldades fazem elas perderem a vaidade. Saem para trabalhar maquiadas todos os dias.
E o trabalho para se arrumar acaba chamando a atenção, como lembra Káren.
— Recebemos cada cantada... Dizem que vão subir no caminhão, ou coisas como: "agora esse caminhão está cheiroso e colorido", "vou virar lixeiro".
O chefe do trio Nilvan dos Santos diz que já está preparando outra equipe feminina porque a primeira agradou os moradores de BH.
— Não é fácil nem para o homem, imaginamos para uma mulher. Mas até agora estamos muito satisfeitos com o serviço delas.