Abandonado por diretoria do Cruzeiro, Marcelo Oliveira pode se vingar



Marcelo Oliveira faturou o Campeonato Brasileiro por duas vezes consecutivas com as cores do Cruzeiro: 2013 e 2014. Entretanto, a saída do treinador não foi compatível com o rótulo de ídolo que ele alcançou em sua passagem pela Toca da Raposa II. Demitido após os fracassos deste ano, ele concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do clube sem a presença dos dirigentes. Dois meses depois, ele tem a oportunidade de ir à forra e obter um triunfo sobre o ex-time.

A eliminação em pleno Mineirão, nas quartas de final da Copa Libertadores da América, para o River Plate, foi a gota d'água para a diretoria em relação ao trabalho do técnico. Após vencer os Millonarios no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, por 1 a 0, a equipe foi derrotada no Gigante da Pampulha por 3 a 0 diante de 54.898 pessoas.

A demissão de Marcelo Oliveira, contudo, ocorreu somente na terça-feira seguinte. Ele ainda foi a Florianópolis para enfrentar o Figueirense pela quarta rodada do Brasileirão. Dois dias depois do revés por 2 a 1 no Orlando Scarpelli, o técnico se reuniu com o presidente Gilvan de Pinho Tavares, o gerente de futebol Valdir Barbosa e o supervisor Benecy Queiroz e acertou a sua saída.
Em sua última entrevista coletiva no Cruzeiro, Marcelo Oliveira foi sozinho à sala de imprensa da Toca da Raposa II

Na data de seu desligamento, exatamente uma semana após o falecimento de sua mãe, Luiza Oliveira Santos, o comandante compareceu à sala de imprensa da Toca da Raposa II sem a presença de membros da cúpula. A ausência do trio que comandava o futebol à época não foi justificada pelo departamento de comunicação.

A diretoria se pronunciou apenas no dia seguinte, quando apresentou Vanderlei Luxemburgo como novo técnico. Na chegada do experiente treinador ao Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares se justificou:

"Não se podia mudar o treinador em meio a uma disputa de Libertadores, estávamos nas oitavas de final, enfrentando um adversário difícil, que era o São Paulo. Conseguimos segurar o treinador mesmo depois da derrota, e fizemos uma boa partida na volta. Fomos para as quartas, fizemos uma bela partida em Buenos Aires, mas fomos eliminados aqui, o que é normal na Libertadores, perdemos para um grande clube do futebol sul-americano", afirmou à época.

"Se trocássemos o treinador no meio da Libertadores e fôssemos eliminados a culpa cairia em cima disso. Mas tivemos que pensar em trocar sim, e trocamos no momento certo. O ideal era trocar o treinador na pré-temporada, mas naquele momento o Marcelo vinha do bicampeonato Brasileiro", concluiu.

Neste domingo, às 16h, no Mineirão, Marcelo Oliveira, agora técnico do Palmeiras, reencontra os dirigentes que o demitiram após dois anos de sucesso.