"Eu joguei no ar essa palavra sofrência, tá na minha música, agora os caras pegaram. Já consultei o dicionário e vi que ela não existe lá. A minha sofrência é a sofrência coletiva do povo, nós sofremos muito. Não é o que eles estão cantando aí de amor apaixonado, que induz homem a tomar veneno de rato, a se embriagar, a não permitir que a mulher não queira mais se relacionar. Eu coloquei na minha música: 'vamos acabar com tanta violência, vamos acabar com tanta sofrência'. E agora eles estão batizando uma canalhice como sofrência. Eu sou o criador da palavra, se não há no dicionário, eu sou o criador", desabafou Gomes. Questionado se a 'sofrência' não era um estilo popular, muito escutado em periferias como o próprio Periperi onde estava cantando, Gomes afirmou que "o povo não é educado para rejeitar canalhice". "O povo gosta de tudo, aceita tudo, coisas que prejudicam eles mesmos". Por fim, Edson se recusou a tecer sua opinião sobre o que achava do cantor Pablo, símbolo-mor da 'sofrência' do arrocha. "Por favor, não me force a dizer o que acho. Não force a barra. Até porque não tem nada de bom para falar", respondeu, aos risos.
Abaixo, ouça a música “Viu”, composição de Edson Gomes lançada em 1988 que contém o termo sofrência e leia a letra da canção:
"Viu" (Edson Gomes)
Viu,vamos acabar / Com tanta violência
Viu,vamos acabar / Com toda essa dor
Viu,vamos acabar / Com tanta sofrência
Viu,vamos acabar / Com toda essa tristeza
Todo mundo precisa / De um lugar Pra morar
Todo mundo precisa / De viver em paz
Todo mundo precisa / Respirar o ar
Todo mundo precisa / Se alimentar